sábado, 17 de setembro de 2011

Marcha pelo Estado Laico


A Marcha pelo Estado Laico convida a todas e todos para se mobilizarem em torno de um importante tema: a Laicidade do Estado.

O que é um Estado laico?

O termo laico significa “neutro”, “indiferente” quando se refere à religiosidade. Portanto, um Estado laico é um Estado que não tem religião oficial.

A ideia não é combater a religião, mas apontar excessos de sua interferência no mundo político.

Como se sabe, interesses religiosos específicos têm interferido diretamente sobre decisões que afetam problemas coletivos, de um modo preocupante.
Determinados grupos religiosos insistem em buscar a institucionalização de suas crenças de modo universal. A interferência de alguns líderes religiosos no processo legislativo intente forçar os limites da imparcialidade do Estado em matéria religiosa. Quantas diferentes religiões existem no Brasil? E quantas pessoas não possuem crença religiosa?

Da excessiva interferência religiosa sobre o Estado os seguintes problemas podem surgir:

a) O Estado incorpora disputas existentes entre religiões.
Explicação: Dada a multiplicidade de crenças existentes em território brasileiro, é possível postular que não haverá consenso entre elas. A compatibilização de interesses religiosos concorrentes e antagônicos é inviável.
b) O Estado pode incorporar intolerâncias de fundo religioso.
Explicação: Desse modo aumentariam, com justificação religiosa, os riscos do crescimento do controle e da tutela sobre liberdades individuais conquistadas em período democrático.
c) Minorias religiosas e grupos específicos tendem a ser sufocados.
Explicação: A eles são impostos valores e símbolos religiosos que não diz respeito a suas histórias e crenças.
d) A involução de argumentos em processos decisórios estatais sobre decisões coletivas.
Explicação: Qualquer argumento religioso, simbólico, mítico pode ser tomado como precedente para o julgamento, a avaliação e a decisão de assuntos coletivos.

Por isso, defendemos:

a) A convivência pacífica entre as crenças, a partir de respeito e tolerância, e por isso,
b) A suspensão de valores e interesses religiosos nos processos decisórios estatais;
c) O comprometimento estatal quanto à manutenção dos direitos a minorias religiosas, étnicas e culturais.

Não podemos fechar os olhos. Recém conquistamos a democracia e não podemos permitir que o Estado institucionalize obscurantismos, intolerâncias e autoritarismos!

Assim como em outras cidades brasileiras, este evento em Curitiba convida pessoas de todas as religiões a manifestar o desejo de um Estado laico de fato: judeus, budistas, umbandistas, muçulmanos, católicos, evangélicos, espíritas e pessoas de todas as outras religiões estão convidadas, assim como aqueles que não seguem e não têm nenhuma religião ou crença religiosa, como ateus e agnósticos, a marchar pela defesa de um Estado verdadeiramente laico!

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