terça-feira, 12 de julho de 2011

Aparências



EXPOSIÇÃO “APARÊNCIAS” - CLAUDIO ALVAREZ

ABERTURA: 12 Julho
HORÁRIO: 19h

VISITAÇÃO: 13 de julho a 9 de outubro
HORÁRIO: terça a sexta-feira das 10h às 21h, sábados das 10h às 18h, domingos e feriados das 11h às 17h
Gratuito

BATE-PAPO COM O ARTISTA: 19 de julho
HORÁRIO: 19h
LOCAL: Sala de Atos
Gratuito

AÇÃO EDUCATIVA: 27 de julho à 9 de outubro
HORARIO: terça a sexta-feira às 10h e às 14h e sábado das 12h às 18h
Gratuito
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Realidade e ilusão permeiam a construção dos objetos e instalações aqui apresentados. Alvarez investiga os modos através dos quais se dá a percepção do movimento, da luz, da forma e da dimensão espacial. O artista explora e articula estes elementos desenvolvendo uma poética particular capaz de suspender nossa relação habitual, e em princípio tão familiar, com o espaço e com o tempo − com o mundo visível como nos é dado perceber.

Nas obras Mercúrio e Aparências, expostas nas salas escuras, Alvarez utiliza a luz de refletores e alguns dispositivos eletro-mecânicos para construir imagens tridimensionais cinéticas. A comunicação destas obras com o espectador se faz através de associações e evocações pertencentes ao universo da narrativa ficcional. As obras interagem com o observador, criam ilusões de profundidade, provocam sensações de deslocamento que se sobrepõem aos materiais e recursos empregados em suas respectivas construções. As imagens transcendem o mecanismo e prevalece a experiência dos sentidos.

Um outro tipo de observação é proposta pelo artista com as obras dispostas nas salas claras. Ao contrário das salas escuras, que permitem a presença física do espectador no espaço interno das instalações, estas obras devem ser observadas através de janelas ou visores. Com a obra Instalação para Viagem − clara referência irônica à arte contemporânea, tanto por seu caráter espacial quanto pelas discussões que a própria obra suscita. Alvarez não abre mão de uma construção precisa, elaborada. O espectador, ao observar o interior das instalações através de seus visores, percorre aqueles espaços e, por alguns segundos é ele mesmo personagem virtual no espaço real das pequenas caixas. A dimensão espacial é posta em questão e o que prepondera aqui é a percepção como fato interno: construção imaginária.

A ilusão predomina mais uma vez em obras como Infinito, Gravidade Zero, Coletor de Imagens, entre outras; mas é com a obra Olho no Olho que, talvez, o artista proponha seu questionamento mais diretamente. Nesta obra, um olho observa o outro. O espectador é colocado diante de si mesmo, porém em uma inusitada perspectiva de distanciamento. É a própria percepção agora confrontada e interrogada: o quê de fato se vê?

O questionamento proposto por Alvarez em suas obras ensina a surpresa, o estranhamento, a descoberta. Provocador e desconcertante, seu trabalho enseja reflexões sobre o mundo e as coisas, mas principalmente, como já escreveu o crítico e historiador da arte Fabrício Vaz Nunes, “nos faz ver com o prazer da descoberta”.

Esta exposição conta ainda com a apresentação do vídeo produzido por Ana Bellenzier a partir da obra Mercúrio e da obra Caixa Filosófica, concebida por Alvarez e seu filho, Tiago Alvarez.

Maria Alice Vaz e Tiago Mendes Alvarez

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Claudio Alvarez
Nasceu em Rosário, Argentina. Vive e trabalha em Curitiba desde 1977. Exposições nacionais e internacionais, premiações em salões de arte, obras em acervos de museus e de coleções particulares marcam a intensa carreira deste singular artista. Seu trabalho está registrado no livro de arte "Claudio Alvarez" e no catálogo "Aparências", lançado recentemente. Na década de 1980, sua produção tridimensional apresentou questões com as quais continua trabalhando: poéticas vinculadas à física experimental, a luz e a dinâmica do movimento. A exploração da luz enquanto elemento constitutivo da obra e sua relação fenomenológica na construção espaço–tempo são temas recorrentes em sua obra, resultando em complexas instalações que sempre, de maneira inusitada, levam o expectador a questionar e a perceber seu próprio olhar.

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